Se a teoria é rapidamente esquecida,
o gesto e a experiência artística
ficam no corpo, na memória, no olhar.

Fev 022016
 


“O Cinema como Ferramenta de Aprendizagem", reportagem de Maria João Leite, sobre o trabalho desenvolvido pela associação Os Filhos de Lumière, na edição nº206 da revista “A Página da Educação” (Inverno 2015).

O cinema pode ser uma boa ferramenta de aprendizagem. Na escola e na vida. Fazer chegar o cinema a diferentes públicos, sensibilizando-os para a sétima das artes e fazendo-os comprender a arte cinemagráfica, é a missão d'Os Filhos de Lumière. Esta associação cultural concebe e promove diversas atividades que estimulam os participantes a ver o mundo de outra forma. Eles aprendem a olhar e a establecer relações. Porque o cinema também educa...
Maria João Leite
Out 232013
 
Fotograma do filme Aniki Bóbó de Manoel de Oliveira






Dizem que voa e abre todas as portas. Que cala a verdade mas fala todas as línguas. Que é o nervo da guerra embora não conheça dono. Que não tem cheiro e não faz a felicidade. Neste seu MOMENTO XXIV – crise oblige... – o Sabor do Cinema vai finalmente centrar-se sobre a esfera do dinheiro que incessantemente se cruza com a da arte dita sétima e industrial ao longo da história. Entre as mil e uma maneiras de escapar, no quotidiano, à ditadura da pasta (delicioso "Barres" de Luc Moulet) e a epopeia da ganância na pátria do capital (genial "Greed" de Eric von Stroheim). Entre o fascínio erótico do «vil metal» (tumultuoso "Rio do Ouro" de Paulo Rocha) e o reconhecimento do reino da imoralidade que o poder do graveto impõe ("L’Argent" de Bresson, com todo o rigor a que o seu autor nos habituou). Entre o engenho lúcido e louco que a pelintrice engendra (os semi-auto-biográficos "Sapatos de Defunto" e o alter-self-portrait-em-cena de "As Recordações da Casa Amarela", ambos assinados por João César Monteiro) e o jogo de máscaras que a aura do guito implacavelmente encena (The Idle Class" do corrosivo Charles Chaplin).

Programação: Associação “Os Filhos de Lumière

DAS 16:00 ÀS 18:00 - DOMINGOS - AUDITÓRIO DE SERRALVES
03 de Novembro de 2013
- Barres, de Luc Moullet, 14', 1984, França, legendado em português
- Recordações da Casa Amarela, de João César Monteiro, 122', 1989, Portugal

24 de Novembro de 2013
- The Idle Class (Charlot, amador de golfe) de Charles Caplin, 32', 1921, EUA,
- L'Argent (O Dinheiro), de Robert Bresson, 85', 1983, França, legendado em português

01 de Dezembro de 2013
- Quem Espera por Sapatos de Defunto Morre Descalço, de João César Monteiro, 33', 1971, Portugal
- O Rio do Ouro, de Paulo Rocha, 103', 1999, Portugal

08 de Dezembro de 2013
- Greed (Aves de Rapina), de Eric von Stroheim, 140', 1924, EUA, legendado em português
Jan 202013
 
Fotograma do filme Aniki Bóbó de Manoel de Oliveira






O Momento XXIII do ciclo sazonal de projeções-conversa O Sabor do Cinema propõe-se abraçar o tema das relações entre cinema e literatura, evitando contudo colocar a tónica na adaptação e no lugar-comum da passagem do romance ao ecrã. Donde esta escolha de uma dúzia de filmes que disparam em muitos sentidos, desde a proposta de chaves para a leitura de uma obra poética através dos traços biográficos que esta mesma ficciona – como é o caso do ensaio visual de Ginette Lavigne que nos dará a honra da sua presença – ao monumento cinematográfico-musical que Paulo Rocha, recém-falecido, construiu a partir da vida do muito peculiar escritor Wenceslau de Moraes. Sophia pela mão de João César Monteiro, José Régio pelo olhar de Manoel de Oliveira; o poeta e músico arménio Sayat Nova evocado por Paradjanov; o cómico Buster Keaton convocado pelo dramaturgo Samuel Beckett; o casal Huillet-Straub meditando acerca da relação entre os deuses e os homens através do texto de Cesare Pavese; Duras desdobrando-se em Aurélia Steiner e desdobrando esta última em várias personagens; Saguenail multiplicando os atores da paixão de Cristo pelo número de enquadramentos de um filme; Pasolini refletindo sobre imagens filmadas em busca de atores para uma Oresteia africana — em suma, um conjunto de obras instáveis em que os meios artesanais do cinema são encarados como ferramentas de escrita. A ver e conversar.

Programação: Associação “Os Filhos de Lumière

DAS 16:00 ÀS 18:00 - DOMINGOS - AUDITÓRIO DE SERRALVES

27 de Janeiro de 2013
sessão com a presença de Ginette Lavigne

17 de Fevereiro de 2013:
Romance de Vila do Conde, de Manoel de Oliveira
O Poeta Louco, O Vitral e a Santa Morte, de Manoel de Oliveira

03 de Março de 2013:
Aurélia Steiner / Melbourne, de Marguerite Duras

17 de Março de 2013:
A Imitação, de Saguenail

07 de Abril de 2013:
O Meu Caso, de Manoel de Oliveira

21 de Abril de 2013: