"Uma década após o final da Guerra Civil Espanhola, em pleno regime franquista, deu-se uma importante mudança na indústria cinematográfica espanhola: paulatinamente, os filmes historicistas, religiosos e dramáticos cederam o passo ao sainete espanhol – um género de comédia populista muito comum durante os primeiros anos do franquismo. Foi neste contexto que em 1955 estreou a comédia Historias de la radio, de José Luis Sáenz de Heredia, um importante blockbuster que veio revolucionar o cinema espanhol e incitar a regeneração da indústria através da entrada em cena de novos e talentosos cineastas, entre os quais, Luis García Berlanga.
Utilizando o esperpento – um género teatral ibérico de humor negro e de sátira grotesca – como a espada que empunhou contra o regime franquista, Berlanga entregou-se à crítica de todas as formas de poder vigentes na sociedade espanhola dos anos 50 e 60: o conservadorismo do governo franquista, a hipocrisia da igreja e a mesquinhez da sociedade espanhola. Com uma arguta e mordaz inteligência, dedicou-se a reinventar múltiplas formas da mesma ideia: cotejando o próprio Berlanga, «nos meus filmes há sempre alguém que sonha, que anseia e que deseja alcançar algo, mas nunca consegue, é sempre impedido por um complexo logro da sociedade.»
"Uma década após o final da Guerra Civil Espanhola, em pleno regime franquista, deu-se uma importante mudança na indústria cinematográfica espanhola: paulatinamente, os filmes historicistas, religiosos e dramáticos cederam o passo ao sainete espanhol – um género de comédia populista muito comum durante os primeiros anos do franquismo. Foi neste contexto que em 1955 estreou a comédia Historias de la radio, de José Luis Sáenz de Heredia, um importante blockbuster que veio revolucionar o cinema espanhol e incitar a regeneração da indústria através da entrada em cena de novos e talentosos cineastas, entre os quais, Luis García Berlanga.
Utilizando o esperpento – um género teatral ibérico de humor negro e de sátira grotesca – como a espada que empunhou contra o regime franquista, Berlanga entregou-se à crítica de todas as formas de poder vigentes na sociedade espanhola dos anos 50 e 60: o conservadorismo do governo franquista, a hipocrisia da igreja e a mesquinhez da sociedade espanhola. Com uma arguta e mordaz inteligência, dedicou-se a reinventar múltiplas formas da mesma ideia: cotejando o próprio Berlanga, «nos meus filmes há sempre alguém que sonha, que anseia e que deseja alcançar algo, mas nunca consegue, é sempre impedido por um complexo logro da sociedade.»