Os Flamingos from Os Filhos de Lumiere on Vimeo.
La Fuite Enchantée (A Fuga Encantada)
Ecole Joliot Curie, Ivry sur Seine (Académie de Créteil), CE1 (França)
Os Flamingos
Escola de Ensino Básico E.B.2.3 José Afonso em Alhos Vedros-Moita, turma do 7ºano
Tu, Gran… i Jo? (Tu, Grande… e Eu?)
CEIP Riera de Ribes et IES Can Puig, Sant Pere de Ribes, Barcelona (Espanha)
O Rapaz da Bicicleta
Escola Secundária de Serpa, Turma do 8ºano
Quem te Ensinou este Caminho?
Escola Secundária de Serpa, Clube de Cinema
Lembrei-me de uma adivinha infantil (um pouco absurda) que dizia:
“- O que é que é pequeno, redondo e verde, que sobe e desce ?
– Uma ervilha num elevador ! “
Em Junho, durante os três dias de apresentação na Cinemateca Francesa, às vezes era difícil não ver os filmes realizados nos ateliers de “Cinema, cem anos de juventude” assim ; quer dizer através do prisma deformante de uma super-atenção à cor. Uma mancha vermelha invade o écran : são os jogadores de uma equipa de handball abraçada antes do jogo. Um ponto vermelho desaparece entre o verde : é uma rapariga na floresta, vista de relance e perseguida por um apaixonado !
Este ano, a maior parte dos filmes foram filmados nas salas de aula, nos estabelecimentos escolares e nas suas redondezas : depois da colheita de cores, o universo quotidiano dos alunos tornou-se visível aos seus olhos (como com o exercício dos minutos Lumière).
Os exercícios tiveram um papel fundamental na escolha dos lugares : “Qual é o azul do teu bairro ? Compara as caixas de correio dos diferentes países que participam nos ateliers. Observa, em volta de ti, os elementos naturais, o céu, a erva, a terra, as especiarias, ou ainda as matérias (tecidos, pinturas), as luzes (sinais, reflexos), os objectos manufacturados, as sinaléticas… “
De Grenoble a Barcelona, de Paris a Roma e a Lisboa, os bonbons, os balões, as mochilas, os fatos de desporto, trocas de casacos, livros escolhidos pelas capas apareceram nas histórias.
Foi um ano onde, claramente, o trabalho sobre a sensação primou sobre a narração. Em muitos dos filmes, as formas e os contornos esbateram-se para dar lugar a uma abordagem abstracta só da cor, a um trabalho plástico sobre o desfocado, o encoberto, o movimento na sua relação com a velocidade (filage)…
Mas pôr-se a questão da cor, era também dar continuidade ao caminho iniciado nos anos anteriores (em particular os anos sobre a luz e sobre a relação entre a figura e o fundo). Tratava-se de dar a perceber e a experimentar aos alunos que a emoção, no cinema, não provém unicamente dos diálogos e da representação do actor. De enriquecer a sua expressão cinematográfica.
No final, muito poucos diálogos nos filmes deste ano, mas a presença de sons e de músicas associadas às cores “interiores”, mentais, das personagens, dos seus sentimentos.
Os pequenos ensaios que descobrimos, durante os dias de projecção na Cinemateca Francesa, testemunham de uma grande atenção à tonalidade do filme no seu conjunto, às roupas, aos décores, e em geral a uma grande atenção ao mundo.
Com a questão da cor, receávamos a armadilha do formalismo. E surpresa : raramente os filmes foram tão pessoais, exprimindo as alegrias, as raivas, as tristezas, os desejos secretos e as preocupações das crianças e dos adolescentes que os realizaram…
Nathalie Bourgeois,
coordenadora de Cinéma, cent ans de jeunesse
responsável do serviço pedagógico da Cinemateca Francesa
Nos dias 2 e 3 de Maio, a turma do 7º ano da Escola de Ensino Básico E.B.2.3 José Afonso em Alhos Vedros, Moita, fez a rodagem do seu trabalho final, o filme-ensaio Os Flamingos.