A Casa Assombrada E.B.2.3J.Afonso Exercício 2010 from Os Filhos de Lumiere on Vimeo.
Cinema, cem anos de juventude 2009-2010: porquê mexer a camâra. 2ºexercício da turma de 8ºano da Escola José Afonso (E.B.2.3) em Alhos Vedros, Moita.
A Casa Assombrada E.B.2.3J.Afonso Exercício 2010 from Os Filhos de Lumiere on Vimeo.
Cinema, cem anos de juventude 2009-2010: porquê mexer a camâra. 2ºexercício da turma de 8ºano da Escola José Afonso (E.B.2.3) em Alhos Vedros, Moita.
É o quarto ano consecutivo em que Portugal participa no programa pedagógico Cinema, cem anos de Juventude que já envolve cinco países (França, Espanha, Portugal, Itália e Inglaterra) e é coordenado pela Cinemateca Francesa.
Ao longo do ano cada aluno irá experimentar a sua maneira própria de trabalhar os movimentos de câmara no interior de um filme ou mesmo num único plano.
Coordenado pela Associação Os Filhos de Lumière em parceria com a Cinemateca Portuguesa, cerca de 80 jovens de escolas em várias regiões de Portugal, participam este ano neste programa pedagógico experimentando o cinema pelo lado da criação. Aliando a análise á prática eles irão desenvolver os exercícios propostos para os dois primeiros trimestres do ano lectivo e realizar os filmes-ensaio no último trimestre do ano, com as mesmas regras do jogo que todos os participantes dos outros países.
Em Março de 2010 haverá um segundo encontro entre os participantes dos cinco países que irão apresentar e discutir os exercícios realizados pelos alunos e os seus processos de trabalho até essa data. Em Junho, haverá uma apresentação na Cinemateca Francesa, de todos os filmes finais, que serão representados por pelo menos três alunos de cada um dos 30 grupos que este ano participam no dispositivo, que irão apresentar os filmes e dar conta da sua experiência perante todos os outros participantes.
Os Flamingos from Os Filhos de Lumiere on Vimeo.
La Fuite Enchantée (A Fuga Encantada)
Ecole Joliot Curie, Ivry sur Seine (Académie de Créteil), CE1 (França)
Os Flamingos
Escola de Ensino Básico E.B.2.3 José Afonso em Alhos Vedros-Moita, turma do 7ºano
Tu, Gran… i Jo? (Tu, Grande… e Eu?)
CEIP Riera de Ribes et IES Can Puig, Sant Pere de Ribes, Barcelona (Espanha)
O Rapaz da Bicicleta
Escola Secundária de Serpa, Turma do 8ºano
Quem te Ensinou este Caminho?
Escola Secundária de Serpa, Clube de Cinema
Lembrei-me de uma adivinha infantil (um pouco absurda) que dizia:
“- O que é que é pequeno, redondo e verde, que sobe e desce ?
– Uma ervilha num elevador ! “
Em Junho, durante os três dias de apresentação na Cinemateca Francesa, às vezes era difícil não ver os filmes realizados nos ateliers de “Cinema, cem anos de juventude” assim ; quer dizer através do prisma deformante de uma super-atenção à cor. Uma mancha vermelha invade o écran : são os jogadores de uma equipa de handball abraçada antes do jogo. Um ponto vermelho desaparece entre o verde : é uma rapariga na floresta, vista de relance e perseguida por um apaixonado !
Este ano, a maior parte dos filmes foram filmados nas salas de aula, nos estabelecimentos escolares e nas suas redondezas : depois da colheita de cores, o universo quotidiano dos alunos tornou-se visível aos seus olhos (como com o exercício dos minutos Lumière).
Os exercícios tiveram um papel fundamental na escolha dos lugares : “Qual é o azul do teu bairro ? Compara as caixas de correio dos diferentes países que participam nos ateliers. Observa, em volta de ti, os elementos naturais, o céu, a erva, a terra, as especiarias, ou ainda as matérias (tecidos, pinturas), as luzes (sinais, reflexos), os objectos manufacturados, as sinaléticas… “
De Grenoble a Barcelona, de Paris a Roma e a Lisboa, os bonbons, os balões, as mochilas, os fatos de desporto, trocas de casacos, livros escolhidos pelas capas apareceram nas histórias.
Foi um ano onde, claramente, o trabalho sobre a sensação primou sobre a narração. Em muitos dos filmes, as formas e os contornos esbateram-se para dar lugar a uma abordagem abstracta só da cor, a um trabalho plástico sobre o desfocado, o encoberto, o movimento na sua relação com a velocidade (filage)…
Mas pôr-se a questão da cor, era também dar continuidade ao caminho iniciado nos anos anteriores (em particular os anos sobre a luz e sobre a relação entre a figura e o fundo). Tratava-se de dar a perceber e a experimentar aos alunos que a emoção, no cinema, não provém unicamente dos diálogos e da representação do actor. De enriquecer a sua expressão cinematográfica.
No final, muito poucos diálogos nos filmes deste ano, mas a presença de sons e de músicas associadas às cores “interiores”, mentais, das personagens, dos seus sentimentos.
Os pequenos ensaios que descobrimos, durante os dias de projecção na Cinemateca Francesa, testemunham de uma grande atenção à tonalidade do filme no seu conjunto, às roupas, aos décores, e em geral a uma grande atenção ao mundo.
Com a questão da cor, receávamos a armadilha do formalismo. E surpresa : raramente os filmes foram tão pessoais, exprimindo as alegrias, as raivas, as tristezas, os desejos secretos e as preocupações das crianças e dos adolescentes que os realizaram…
Nathalie Bourgeois,
coordenadora de Cinéma, cent ans de jeunesse
responsável do serviço pedagógico da Cinemateca Francesa